A
universidade é para muitos um sonho, um objetivo, para outros é
indiferença e sem porque. O ensino no Brasil, apesar dos avanços,
continua ainda muito elitizado, ou seja, apenas quem conseguem
alcançar o ensino superior são aqueles com melhores condições de
vida. No entanto, medidas como o Sistema de Seleção Unificado(SISU)
utilizando o Exame Nacional de Ensino Médio(Enem) tem sido
implantado como uma tentativa de ampliação do ingresso de
estudantes no ensino superior.
Mas para que ingressar nesse mundo da universidade? Para que através dessa experiência, segundo o filósofo alemão Romano Guardini, o discente possa dizer e escutar a verdade. Sendo que essa instituição entra em colapso quando a verdade deixa de ser referencial quanto ao saber.
Mas para que ingressar nesse mundo da universidade? Para que através dessa experiência, segundo o filósofo alemão Romano Guardini, o discente possa dizer e escutar a verdade. Sendo que essa instituição entra em colapso quando a verdade deixa de ser referencial quanto ao saber.
Não
é coincidência quando ao olharmos para história da universidade e
vermos o quanto ela esteve presente na construção do mundo até
hoje.
Cerca
de 3500 a.c. surgiu as escolas escribas dos sumérios, antigos
habitantes não-semitas da Mesopotâmia, como a primeira
universidade. Porém, essa ensinava apenas o tipo de escrita
cuneiforme suméria e a matemática. Ou seja, o ensino auxilia no
desenvolvimento. Platão criou uma Academia próximo a Atenas em um
bosque, em 387 a.c. , o qual também é bastante defendida como a
primeira universidade. Nela ensinava-se filosofia, matemática e
ginástica. No entanto, nessa época cada pensador criava uma escola
diferente, logo não podia assim ter sido construída uma
universidade de fato.
A
primeira universidade declarada oficialmente pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
foi a de Karueein, fundada em Marrocos em 859 d.c. que seguia a
definição moderna de universidade. A segunda foi a de Al-Azhar que
é a segunda mais antiga do mundo. Assim, as universidades surgiu na
Idade Média espalhando-se pela Europa e logo em seguida pelo mundo.
Conjunto
de pesquisas e da vídeo aula com o professor e reitor da
Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Naomar Monteira, vimos
que na Europa as primeiras universidades foram as de Bolonha e Paris.
A de Bolonha é a mais antiga e a de Paris a mais importante criada
no século XII. Essa ultima foi implantada dentro das ordens
religiosas católicos, o qual passou a servir de modelo para outras
universidades.
Nesse
período o ensino possuía a metodologia Trivium que consiste na
junção de três opções de disciplina: lógica, gramática e a
retórica, que objetivava o desenvolvimento da expressão da
linguagem. E a metodologia do Qudrivium que é o ramo de quatro
disciplinas: aritmética, geometria, astronomia e musica, sendo essas
possibilizadoras para o estudo da matéria.
Em
seguida, surgiu a Reforma e a Contra-Reforma que introduziu um corte
na autoridade religiosa sob as universidade, surgindo então a
ciência como transformador da estrutura de ensino das universidades.
Esse fim da hegemonia teológica foi graças as universidades de
Florença, Roma, Nápoles e da academia Neoplatônica.
Após
algum tempo desse surgimento, inicia-se a grande crise da
universidade. Essa crise institucional veio monopolizar as atenções
e os propósitos reformistas. Onde a hegemonia ficou comprometida
diante da crescente segmentação do sistema universitário e pela
crescente desvalorização dos diplomas. Isso, devido a autonomia
científica e pedagógica dependentes do Estado. Pois, houve nesse
momento a perda de prioridade do ensino nas políticas públicas e
pela secagem financeira das universidade públicas. As consequências
dessa crise variaram de país para país.
Em
reação os estudantes nos países ocidentais mais desenvolvidos,
como em Paris, Berkeley, Berlim e Boston, saem às ruas exigindo
reformas, demandas políticas, expressam suas opiniões. Essa
politização poderia ser vista então como um avanço na consciência
e responsabilidade social dos estudantes. O qual permitiu a
visualização da problemática quanto a contradição entre as
características internas dos sistemas universitários e a realidade
social e econômica.
No
século seguinte, o XIX, que ficou conhecido como o século da
universidade, houve então a bifurcação em relação ao método de
ensinos nas universidades pelo mundo, o regime linear de formação e
o regime de ciclos.
O
regime linear de formação é o método implantado na maioria das
universidades brasileiras. No Brasil, a primeira universidade só foi
surgir em 1920 consequente a iniciativa da Coroa Portuguesa, onde a
educação era prioritária para a classe elitizada, que foi a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E desde então o
regime linear, ou seja, baseados em recortes profissionais, logo de
hegemonia profissional continua sendo predominante.
Enquanto
que o regime de ciclos, adotado pelos modelos mais avançados de
educação do mundo, como Harvard, Oxford e Maastricht, utilizam esse
método com o objetivo de promover o desenvolvimento de competências
e habilidades. Possibilitando o egresso a aquisição de ferramentas
cognitivas que fornecem autonomia para a aprendizagem ao longa da
vida, e a sua inserção na vida social de forma mais plena.
Um
exemplo da tentativa da implantação desse método no Brasil foi com
a Universidade de Brasília (UnB) que nascia com a ideia de Anísio
Teixeira trazida do exterior. Porém, o regime militar que tomou o
poder depois do golpe de 1964, ocupou militarmente a UnB,
consequentemente boicotando a implantação desse modelo de ensino.
Atualmente
a universidade é voltada para o desenvolvimento em todos os
quesitos, como através do ensino, do dialogo com a sociedade e de
programas de pesquisas e extensão. E esse alcance de um ensino
superior vem sendo cada vez mais facilitada sem distinção de
classes e quadro socioeconômico.
Dentro
dessa perspectiva de uma maior inclusão dos jovens para adentrar a
universidade. Fizemos uma visita a escola pública CEPROG, com o
intuito de transmitir o nosso conhecimento quanto ao surgimento e a
história da universidade e também informar sobre a Universidade
Federal do Sul da Bahia (UFSB).
Fomos
divididos em grupos e então daríamos uma aula sobre tais assuntos.
O nosso primeiro contato com os discentes do terceiro ano do ensino
médio foi intimidante, pois estávamos ali representando a UFSB. Ao
decorrer da apresentação a timidez dos discentes foram diminuindo e
percebíamos que muitos estavam interessados em maiores informações
sobre a universidade. Afinal, como uma docente deles diziam a
universidade esta apenas a uma esquina deles.
A
apresentação foi voltada para a construção de uma linha do tempo
interativa e conjunta. Pois, ao pensar processo, pensamos em Anísio
Teixeira e em sua forma de ensinar com prática, com o fazer. Para
uma maior interação e aproximação daqueles que ainda estavam
tímidos, fizemos algumas perguntas sobre o assunto apresentado e
presenteava-os com um pirulito com o intuito de incentivar as dúvidas
para que fossem sanadas.
Esse
trabalho permitiu um maior conhecimento sobre a própria
universidade, o qual estou estudando. E com esse estudo permitiu a
passagem desse conhecimento para o próximo, divulgando e
incentivando o estudo. Foi importante conhecer a realidade da região
quanto a necessidade de maiores informações a respeito dessa nova
universidade o qual são de todos e para todos. Esse fato, demonstra
o quão foi importante a visita a essa escola e que podemos ter feito
a diferença na vida daqueles discentes que antes eram desacreditados
com esse mundo vasto e acolhedor da universidade.
Hortência Silva Andrade
Graduanda em Bacharelado
Interdisciplinar em Saúde -Vespertino- UFSB
tencia.andrade@gmail.com
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