segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A universidade e a sua importância.

      A universidade é para muitos um sonho, um objetivo, para outros é indiferença e sem porque. O ensino no Brasil, apesar dos avanços, continua ainda muito elitizado, ou seja, apenas quem conseguem alcançar o ensino superior são aqueles com melhores condições de vida. No entanto, medidas como o Sistema de Seleção Unificado(SISU) utilizando o Exame Nacional de Ensino Médio(Enem) tem sido implantado como uma tentativa de ampliação do ingresso de estudantes no ensino superior.
    Mas para que ingressar nesse mundo da universidade? Para que através dessa experiência, segundo o filósofo alemão Romano Guardini, o discente possa dizer e escutar a verdade. Sendo que essa instituição entra em colapso quando a verdade deixa de ser referencial quanto ao saber.
     Não é coincidência quando ao olharmos para história da universidade e vermos o quanto ela esteve presente na construção do mundo até hoje.
       Cerca de 3500 a.c. surgiu as escolas escribas dos sumérios, antigos habitantes não-semitas da Mesopotâmia, como a primeira universidade. Porém, essa ensinava apenas o tipo de escrita cuneiforme suméria e a matemática. Ou seja, o ensino auxilia no desenvolvimento. Platão criou uma Academia próximo a Atenas em um bosque, em 387 a.c. , o qual também é bastante defendida como a primeira universidade. Nela ensinava-se filosofia, matemática e ginástica. No entanto, nessa época cada pensador criava uma escola diferente, logo não podia assim ter sido construída uma universidade de fato.
       A primeira universidade declarada oficialmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi a de Karueein, fundada em Marrocos em 859 d.c. que seguia a definição moderna de universidade. A segunda foi a de Al-Azhar que é a segunda mais antiga do mundo. Assim, as universidades surgiu na Idade Média espalhando-se pela Europa e logo em seguida pelo mundo.
      Conjunto de pesquisas e da vídeo aula com o professor e reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Naomar Monteira, vimos que na Europa as primeiras universidades foram as de Bolonha e Paris. A de Bolonha é a mais antiga e a de Paris a mais importante criada no século XII. Essa ultima foi implantada dentro das ordens religiosas católicos, o qual passou a servir de modelo para outras universidades.
Nesse período o ensino possuía a metodologia Trivium que consiste na junção de três opções de disciplina: lógica, gramática e a retórica, que objetivava o desenvolvimento da expressão da linguagem. E a metodologia do Qudrivium que é o ramo de quatro disciplinas: aritmética, geometria, astronomia e musica, sendo essas possibilizadoras para o estudo da matéria.
    Em seguida, surgiu a Reforma e a Contra-Reforma que introduziu um corte na autoridade religiosa sob as universidade, surgindo então a ciência como transformador da estrutura de ensino das universidades. Esse fim da hegemonia teológica foi graças as universidades de Florença, Roma, Nápoles e da academia Neoplatônica.
       Após algum tempo desse surgimento, inicia-se a grande crise da universidade. Essa crise institucional veio monopolizar as atenções e os propósitos reformistas. Onde a hegemonia ficou comprometida diante da crescente segmentação do sistema universitário e pela crescente desvalorização dos diplomas. Isso, devido a autonomia científica e pedagógica dependentes do Estado. Pois, houve nesse momento a perda de prioridade do ensino nas políticas públicas e pela secagem financeira das universidade públicas. As consequências dessa crise variaram de país para país.
       Em reação os estudantes nos países ocidentais mais desenvolvidos, como em Paris, Berkeley, Berlim e Boston, saem às ruas exigindo reformas, demandas políticas, expressam suas opiniões. Essa politização poderia ser vista então como um avanço na consciência e responsabilidade social dos estudantes. O qual permitiu a visualização da problemática quanto a contradição entre as características internas dos sistemas universitários e a realidade social e econômica.
        No século seguinte, o XIX, que ficou conhecido como o século da universidade, houve então a bifurcação em relação ao método de ensinos nas universidades pelo mundo, o regime linear de formação e o regime de ciclos.
        O regime linear de formação é o método implantado na maioria das universidades brasileiras. No Brasil, a primeira universidade só foi surgir em 1920 consequente a iniciativa da Coroa Portuguesa, onde a educação era prioritária para a classe elitizada, que foi a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E desde então o regime linear, ou seja, baseados em recortes profissionais, logo de hegemonia profissional continua sendo predominante.
       Enquanto que o regime de ciclos, adotado pelos modelos mais avançados de educação do mundo, como Harvard, Oxford e Maastricht, utilizam esse método com o objetivo de promover o desenvolvimento de competências e habilidades. Possibilitando o egresso a aquisição de ferramentas cognitivas que fornecem autonomia para a aprendizagem ao longa da vida, e a sua inserção na vida social de forma mais plena.
      Um exemplo da tentativa da implantação desse método no Brasil foi com a Universidade de Brasília (UnB) que nascia com a ideia de Anísio Teixeira trazida do exterior. Porém, o regime militar que tomou o poder depois do golpe de 1964, ocupou militarmente a UnB, consequentemente boicotando a implantação desse modelo de ensino.
            Atualmente a universidade é voltada para o desenvolvimento em todos os quesitos, como através do ensino, do dialogo com a sociedade e de programas de pesquisas e extensão. E esse alcance de um ensino superior vem sendo cada vez mais facilitada sem distinção de classes e quadro socioeconômico.
      Dentro dessa perspectiva de uma maior inclusão dos jovens para adentrar a universidade. Fizemos uma visita a escola pública CEPROG, com o intuito de transmitir o nosso conhecimento quanto ao surgimento e a história da universidade e também informar sobre a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
          Fomos divididos em grupos e então daríamos uma aula sobre tais assuntos. O nosso primeiro contato com os discentes do terceiro ano do ensino médio foi intimidante, pois estávamos ali representando a UFSB. Ao decorrer da apresentação a timidez dos discentes foram diminuindo e percebíamos que muitos estavam interessados em maiores informações sobre a universidade. Afinal, como uma docente deles diziam a universidade esta apenas a uma esquina deles.
     A apresentação foi voltada para a construção de uma linha do tempo interativa e conjunta. Pois, ao pensar processo, pensamos em Anísio Teixeira e em sua forma de ensinar com prática, com o fazer. Para uma maior interação e aproximação daqueles que ainda estavam tímidos, fizemos algumas perguntas sobre o assunto apresentado e presenteava-os com um pirulito com o intuito de incentivar as dúvidas para que fossem sanadas.

Esse trabalho permitiu um maior conhecimento sobre a própria universidade, o qual estou estudando. E com esse estudo permitiu a passagem desse conhecimento para o próximo, divulgando e incentivando o estudo. Foi importante conhecer a realidade da região quanto a necessidade de maiores informações a respeito dessa nova universidade o qual são de todos e para todos. Esse fato, demonstra o quão foi importante a visita a essa escola e que podemos ter feito a diferença na vida daqueles discentes que antes eram desacreditados com esse mundo vasto e acolhedor da universidade.


Hortência Silva Andrade
Graduanda em Bacharelado 
Interdisciplinar em Saúde -Vespertino- UFSB
tencia.andrade@gmail.com

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