O
mundo, a vida, o tempo não são fatores estáticos, logo, por que então o ser
humano deveria ser ou se acomodar em ser seres estáticos? Como na natureza nada
se cria, nada se perde, tudo se transforma, assim também é o homem ou a mulher,
o ser humano. A filosofia de Paulo Freire é bem explicita quanto ao homem ser seres
inacabados, incompletos e a necessidade desse reconhecimento, ou seja, a
necessidade de evoluir para se completar.
No
livro de Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, apresenta-se categorizado em exigências
importantes para a ação da educação critica na formação de educadores e educandos.
E a abordagem do inacabamento do ser é
para que ele possa primeiramente ter esse conhecimento e assim se despertar
para o mundo aprendiz.
Através
desse conhecimento tem-se então a possibilidade da aprendizagem. Freire, diz no
livro ’’Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa. ’’ o qual, demonstra a existência
da necessidade recíproca tanto do educador como do educando. Onde ambos são
sujeitos da ação de ensinar e aprender.
A
obtenção desse conhecimento é pregado por Freire, no livro e no documentário
Paulo Freire contemporâneo, pela metodologia da construção ou a produção do
conhecimento como arquitetos e os educadores são ajudantes dessa construção.
Assim, a ideia de simplesmente transferir conhecimento é negada, pois essa não
permite a formação de estudantes críticos do mundo, sendo então transmitido o falso
ensinar.
A
construção do saber guiado pelos educadores democráticos deve também reforçar e
instigar nos alunos a capacidade crítica, sua curiosidade, sua insubmissão. Que
resultará em alunos criadores, instigadores, rigorosamente curiosos, humildes e
persistentes. Seres capaz de lutar por ideais, de trabalhar, de ajudar o próximo,
de serem conscientes da sociedade, seres transformadores do mundo.
Como
dito no livro e no documentário, para facilitar e incluir o educando de maneira
mais dinâmica ao processo de aprender tem se o meio da utilização da leitura do
mundo do educando. Essa bagagem de conhecimento permite a discussão da
realidade concreta o qual o circunda. Despertando o senso critico e com a educadora
a formação do pensar certo e suas opções para a construção da sua autonomia.
O
documentário exemplifica essa construção através do projeto Ciclo de Cultura,
que consiste em um programa de alfabetização, em uma época onde o direito de
saber era antes negado a população. Foi feito uma pesquisa com as palavras
geradoras, ou seja, as palavras que faziam parte da leitura do mundo daquela população.
Algumas das palavras foram: belota, sapato, povo, voto, feira e milho. No
entanto, em 1964, Freire como disse no vídeo ’’... (o governo) fez uma analise
de classe que eu não tinha sido capaz de fazer. ’’. Onde houve a separação de
que quem vede o voto é a massa e o povo é quem vota com consciência, logo, quem
teria direito ao estudo seria o povo. Então nesse ano, ocorreu o golpe que consistia
na prisão de todos aqueles que estavam nas escolas.
O
projeto politico por trás do golpe pretendia que a massa continuasse como excluída.
Para que então o governo continuasse comandando sem problemas, sem revolucionários.
Esse fato demonstra o poder do saber, do conhecimento. O quanto à arte do saber pode modificar o
meio.
Além
disso, o livro aborda a importância da existência da ética no meio profissional
e sua expressão em atitudes corriqueiras do educador. Sendo ele considerado
pelo aluno um modelo representativo de como se comportar e como uma ponte para
alcançar seus sonhos. Assim, essa responsabilidade do educador é grande, afinal
nenhum professor passa pelos seus alunos sem deixar uma marca.
Sendo
assim, é relevante destacar a importância do trabalho conjunto do educando e do
educador como uma reciprocidade que resulta em um ganho do melhor entendimento.
O autor, Paulo Freire, é um patrono da educação que buscou desperta a consciência
da necessidade do olhar para o outro que necessita. Ele colocou o oprimido na
historia e conseguiu construir uma metodologia de ensino inigualável. Como escrito no livro ‘‘... Mudar é difícil mas é possível.’’
Hortência Silva Andrade
Graduanda em Bacharelado
Interdisciplinar em Saúde -Vespertino- UFSB
tencia.andrade@gmail.com
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